segunda-feira, 21 de março de 2011

Obrigatório? Por quê?

“Se não somos obrigados a respirar por que seríamos obrigados a votar”?
Esse é o questionamento que fazem os democratas verdadeiramente sintonizados com a razão, o humanismo, a responsabilidade social, o senso crítico e a política anímica. Se o voto é um prodígio e votar é um benefício – diz o bom senso que jamais deva ser “obrigatório”. No reduto soberano da liberdade quem poderia ou deveria ser “constrangido” ao próprio benefício?
O homem que não tem a espontânea capacidade de avaliar a importância e a significação de seu próprio voto – não merece interferir na vida de qualquer sociedade através de eleições.
Votar é um ato solene, representativo da volição plena, liberta e independente.
É uma manifestação gritante do livre arbítrio. É a vontade em seu correlato movimento de positividade, objetividade, conceito e representação.
Votar é a grandeza de ser e fazer valer.
Obrigar (direta ou indiretamente) a votar é uma violência inominável que se cometerá contra o sagrado direito que cada um de nós tem e sempre terá – qual seja - : - o direito de se dar o direito de buscar livremente o seu direito de votar.
Quem tem obrigação de votar não pensa e portanto não decide  por si e sim pelos que o obrigaram a votar.
Vote na liberdade de votar para sempre poder votar pela liberdade.

terça-feira, 15 de março de 2011

Linguagem anti-flagra

A fina classe dos corruptos nacionais, está em reunião permanente, buscando meios e maneiras de se defender e proteger das perigosas investidas da imprensa, que busca flagrantes de maracutaias e transações escusas.
A imagem e a palavra são peças acusatórias evidentes e estridentes. De fato falam mais alto!
Os intelectuais – os notáveis – dessa fina classe, estão propondo a criação, urgente, de uma linguagem alternativa à prova de qualquer flagrante. A imagem também será cuidadosamente dissimulada. A corrente que vota pelo uso sistemático de máscaras ou densa maquiagem é forte e influente.
Mas o foco essencial é a linguagem. Como driblar a vigilância da imprensa, e perpetrar os “negócios” de sempre com o dinheiro público?
Como falar – dialogar e conversar – sem dar pistas de propinas e negociatas?
Ora – só inventando uma linguagem nova. Linguagem alternativa – eis a questão. Comissão, percentagem, edital, concorrência, taxa de urgência, propinas, ajuda de custo, isenções, favores, promessas, contrapartida, contrato de gaveta, tabelas, protocolos, caixa dois, diárias, cooperação, habilitação, capacidade técnica, compatibilidade política e por aí vai.
Que tal trocar tudo isso por nome de flor ou fruta? Ou então linguagem de preces: - hosana, ave, salve, amém, aleluia, etc. (?)
Vai ficar bem engraçado.
 Já imaginaram uma linguagem do gênero: - o abacaxi está maduro mas a banana, embora verde, está na mão. Ou ainda – uma rosa é uma rosa – uma rosa mas, se houver acordo, uma hortênsia também será uma hortênsia – uma hortênsia.
Bom mesmo será: - salve, salve, hosana, aleluia – ave grana nostra, amém!
Isso vai acontecer. Confiram e lamentem!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Terceira guerra

Para quem não sabe: - a terceira guerra já começou. De um lado os burocratas e do outro o resto do mundo.
Quem vai ganhar?
Tudo pode acontecer, mas arrisco um palpite: - ganharão os burocratas.
Por que?
Ora, porque na hora H do confronto – bem naquela hora que o “resto do mundo” engatilhar e pousar na  alça de mira, aparecerá um burocratão exigindo nota da arma, licença de guerra, comprovante de residência, atestado de vacina, folha corrida, certidão da justiça eleitoral, CPF, Rg e uma porção de outros carimbinhos e carimbões.
E aí a guerra foi-se a martelo...
O chefão dos burocratas vai querer saber a procedência da munição – sabe (?) – guias de importação e outros fricotes?...
Pois é – aí a “guerra” vai minguar para o nosso lado.
Em face do exposto perderemos fácil, fácil.
-         Ora – convenhamos: - não é guerra?
-         É!
-         Então! Guerra é guerra, não tem regras nem protocolos.
-         Quem disse?
-         Eu digo.
-         Quem és tu?
-         Eu sou... eu tenho... eu estou...
-         Quem? O que? Onde? Quando? Por que? Identifique-se!
-         Bem eu...
-         Nome? Endereço? Idade? Estado Civil? CPF? Rg? Raça? Certificados? Grau de Instrução? Sinais? Profissão e ou ocupação? Antecedentes?
-         Chega – chega. Você venceu! Eu me entrego - sou seu prisioneiro.
-         Muito bem: - seu número é 0001007; sua ala é 204071; sua categoria é C-0130F; e sua senha de sobrevivência é 01000010. Entendido?
-         Tudo bem Excelência – qual a hora da próxima carimbação?
-         Ora não me chateia – trouxe o atestado?...

O reencontro

Depois do carnaval reencontro amigos que andejaram por aí ao sabor das férias. Uns foram perto, outros ousaram aventuras ultramar. Quase todos foram além de Bagé. Todos ótimos, descansados, saudáveis e felizes com exceção do grupo do anzol – cheios de “ais”, mendigando consolo e compressas frias e quentes. Um amargava um torcicolo bem avesso – esquerdo mesmo. Outro carregava uma tipóia e um terceiro ostentava aquela “hérnia de disco”.
-         “Não me diz que essa bengala é tua” (?)
-         “É sim – olha o inchume do meu pé...”
-         “E esse arranhão na testa”?
-         “Ah, isso nem te conto – não vais acreditar...”
-         “Acredito! – conta”.
-         “É que o galho tava meio seco e quebrou fácil...”
-         “Galho? – não me diz que uma pescariazinha comum pode fazer tantas baixas”.
-         “A pescaria em si nem tanto, o problema foi o telefone...”
-         “Telefone? – te atiraram um celular?”
-         “Não – não foi bem isso”.
-         “Então, o que foi? Conta logo”.
-         “Pois é, a gente estava lá na barragem do Souza, bem no fundão do Ponche Verde e aí eu resolvi saber notícias da mulher velha e liguei o celular. Só que não tinha sinal. Aí eu fui caminhando, subi na cerca, dei outra viradinha buscando posição e nada. Foi então que decidi subir num eucalipto velhão que tinha por ali e aí então – já viu, né – quebrou o galho e eu me fui”...
-         “Bah – mas que zebra – e os outros?”
-         “Todos se machucaram tentando falar no celular – o Gringo ficou torto, o Bonifa tirou a coluna do lugar, o Zebinho empenou e assim foi...”
-         “Bueno – e alguém conseguiu falar?
-         “O Tiago depois de muito arrodear, uma hora conseguiu alguma coisa...”
-         “E aí, o que foi que ele disse?”
-         “Ah – ele disse – alô, socorro! ...chamem o bispo!”

quinta-feira, 10 de março de 2011

Falar ou não falar (?)

Recentemente recebi mensagem da Operadora Vivo, prevenindo que, em breve, estará desativando o Sistema CDMA para telefonia celular, substituindo-o por GSM. Na zona rural, o que comprovadamente funciona é o sistema CDMA. O funcionamento do GSM é intermitente e instável, e portanto, inconfiável. Fiz contato com a Anatel, agência reguladora desse tipo de serviço e fui informado de que a lei me garante a manutenção do sistema até que um novo – igual ou melhor em resposta de sinal – seja oferecido.
Fico então tranqüilo, esperando os próximos capítulos dessa novela – “falar, ouvir, comunicar”.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Escola Técnica

Não são sete e sim quarenta e sete anos de luta pela instalação de uma Escola Técnico-agrícola em nosso município. Mudam os governos – alternam-se os Partidos no poder e o assunto comete o prodígio de morrer sempre e cada vez mais. Mas, afinal, qual o problema? Será que a cabeça de burro resolveu ingressar no difícil e reservado status da superação absoluta(?): - nem ontem, nem hoje, nem nunca...
No terreno da verdade é oportuno que se diga que aquela área – onde funcionou a Febem por muitos anos – foi desapropriada por supremo e insofismável interesse público para que ali se erigisse uma Escola Técnica. Esse foi e é o pressuposto do interesse público e da desapropriação. Quase 50 anos são passados e nada de se cumprir a obra que é substância do interesse que é razão do ato de desapropriar. E aí? – como ficam as coisas? Comenta-se que descendentes da família desapropriada pensam reivindicar a retomada da área uma vez não cumprida a finalidade substantiva da desapropriação: Escola sem funcionamento é cabal tarefa inconclusa – portanto fim não cumprido, promessa não realizada. Diante do exposto qualquer tribunal, não hesitaria em determinar a imediata devolução do objeto mal havido e mal mantido.
Mas, enquanto não desaba o temporal jurídico, vale comentar a indolência dos governos em relação a Escola Técnica de Dom Pedrito.
Cá entre nós – com toda a franqueza – não será difícil deduzir que essa empreitada (escola técnica) e outras do gênero não comovem as forças político-eleitorais do Estado e do País, porque, enfim vivemos em uma região de baixa população e conseqüente baixa densidade eleitoral.
Em uma democracia decente esse fato seria bem absorvido e não significaria problema ou defeito. Já em nossa ajeitada democracia de quantificações grosseiras a questão chega às raias do pejorativo. Que culpa temos de não possuirmos todos os eleitores de que precisam nossos políticos?
Com votos ou sem é imperativo que essa Escola Técnica, que há 47 anos foi prometida, funcione e bem. É uma questão de honra para os pedritenses.
O direito é nosso, a obrigação é do governo e a reflexão é de todos.