sexta-feira, 11 de março de 2011

O reencontro

Depois do carnaval reencontro amigos que andejaram por aí ao sabor das férias. Uns foram perto, outros ousaram aventuras ultramar. Quase todos foram além de Bagé. Todos ótimos, descansados, saudáveis e felizes com exceção do grupo do anzol – cheios de “ais”, mendigando consolo e compressas frias e quentes. Um amargava um torcicolo bem avesso – esquerdo mesmo. Outro carregava uma tipóia e um terceiro ostentava aquela “hérnia de disco”.
-         “Não me diz que essa bengala é tua” (?)
-         “É sim – olha o inchume do meu pé...”
-         “E esse arranhão na testa”?
-         “Ah, isso nem te conto – não vais acreditar...”
-         “Acredito! – conta”.
-         “É que o galho tava meio seco e quebrou fácil...”
-         “Galho? – não me diz que uma pescariazinha comum pode fazer tantas baixas”.
-         “A pescaria em si nem tanto, o problema foi o telefone...”
-         “Telefone? – te atiraram um celular?”
-         “Não – não foi bem isso”.
-         “Então, o que foi? Conta logo”.
-         “Pois é, a gente estava lá na barragem do Souza, bem no fundão do Ponche Verde e aí eu resolvi saber notícias da mulher velha e liguei o celular. Só que não tinha sinal. Aí eu fui caminhando, subi na cerca, dei outra viradinha buscando posição e nada. Foi então que decidi subir num eucalipto velhão que tinha por ali e aí então – já viu, né – quebrou o galho e eu me fui”...
-         “Bah – mas que zebra – e os outros?”
-         “Todos se machucaram tentando falar no celular – o Gringo ficou torto, o Bonifa tirou a coluna do lugar, o Zebinho empenou e assim foi...”
-         “Bueno – e alguém conseguiu falar?
-         “O Tiago depois de muito arrodear, uma hora conseguiu alguma coisa...”
-         “E aí, o que foi que ele disse?”
-         “Ah – ele disse – alô, socorro! ...chamem o bispo!”

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