Depois do carnaval reencontro amigos que andejaram por aí ao sabor das férias. Uns foram perto, outros ousaram aventuras ultramar. Quase todos foram além de Bagé. Todos ótimos, descansados, saudáveis e felizes com exceção do grupo do anzol – cheios de “ais”, mendigando consolo e compressas frias e quentes. Um amargava um torcicolo bem avesso – esquerdo mesmo. Outro carregava uma tipóia e um terceiro ostentava aquela “hérnia de disco”.
- “Não me diz que essa bengala é tua” (?)
- “É sim – olha o inchume do meu pé...”
- “E esse arranhão na testa”?
- “Ah, isso nem te conto – não vais acreditar...”
- “Acredito! – conta”.
- “É que o galho tava meio seco e quebrou fácil...”
- “Galho? – não me diz que uma pescariazinha comum pode fazer tantas baixas”.
- “A pescaria em si nem tanto, o problema foi o telefone...”
- “Telefone? – te atiraram um celular?”
- “Não – não foi bem isso”.
- “Então, o que foi? Conta logo”.
- “Pois é, a gente estava lá na barragem do Souza, bem no fundão do Ponche Verde e aí eu resolvi saber notícias da mulher velha e liguei o celular. Só que não tinha sinal. Aí eu fui caminhando, subi na cerca, dei outra viradinha buscando posição e nada. Foi então que decidi subir num eucalipto velhão que tinha por ali e aí então – já viu, né – quebrou o galho e eu me fui”...
- “Bah – mas que zebra – e os outros?”
- “Todos se machucaram tentando falar no celular – o Gringo ficou torto, o Bonifa tirou a coluna do lugar, o Zebinho empenou e assim foi...”
- “Bueno – e alguém conseguiu falar?
- “O Tiago depois de muito arrodear, uma hora conseguiu alguma coisa...”
- “E aí, o que foi que ele disse?”
- “Ah – ele disse – alô, socorro! ...chamem o bispo!”
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