sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Tatuagens

A Brigada não aceitou os escandalosamente tatuados no exame de admissão a salva-vidas. Preconceito? Discriminação? Nada disso: - apenas regra interna consubstanciada por princípios gerais que orientam e sustentam qualquer corporação militar de fundamento que quer cumprir sua missão de defender e disciplinar.
A  uniformidade é vital para qualquer instituição que pretenda desenvolver um trabalho efetivo em prol da segurança, da coletividade e da defesa dos interesses prevalentes de uma sociedade organizada.
A força do todo é o somatório do esforço conjugado de cada um. E para que isso aconteça de fato é fundamental  haver identidade e convergência de formas, meios e propósitos e, por conseguinte, uniformidade de vontades. Tudo isso a favor da comunidade. Como poderá vingar a tal identidade e a tal uniformidade em um exército de desiguais patrocinada pela individualidade das tatuagens e imponderabilidade dos fetiches?
Salvo melhor juízo, tatuagem é fruto de vaidade pessoal. Com tamanha e tão visível subjetividade como será possível empreender um trabalho coletivo a favor da sociedade – defendendo-a – protegendo-a? Como?
Que nos perdoem os tatuados, mas “exército” é para esforçados que, por vocação, idealismo e bondade humana, aceitam o sacrifício da igualdade, da arregimentação e da uniformidade.
Um por todos e todos por um – histórica e grande fórmula de força coletiva – só é e será possível sem as nuances e os caprichos individuais, de natureza estética e formulação vaidosa, expressa através das tatuagens, por exemplo.
É assim que é – porque é assim que sempre deu certo. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário