quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Calças enxutas

Diz um sábio provérbio português que: “não se pega trutas com calças enxutas”.
O dito luso é molhadamente verdadeiro.
Quem quer  o que quer tem que fazer algum sacrifício para tanto.
Salvo caprichos da sorte, tão raros e rigorosamente casuais, as benesses da vida não caem cotidianamente como chuva serena e limpa. É preciso trabalho e esforço para conquistá-las.
Atirar anzóis a água e simplesmente esperar que neles se prendam, como vítimas inermes, as vantagens da vida é aposta prá lá de presunçosa.
E sempre se pagará caro por tal expectativa!
Quem quer crescer terá que forçosamente empreender alguma iniciativa nesse sentido: - saltar, romper os próprios limites, sobrelevar-se, enfim alguma coisa terá que provocar o normal para que o intento construa seu grande momento, fora do contexto.
De calças secas jamais se conseguirá fisgar o feixe de nossa pretensão.
Essa conduta proativa está em tudo o que se quer, de fato, para satisfazer nossa necessidade de vencer.
Não basta imaginar – é preciso pegar o touro a unhas e dentes e vencê-lo na arena das vontades e das possibilidades.
Pegar trutas de calças enxutas é puro onirismo no mundo das positividades, existenciais, cada vez mais insinuante e cobrador nestes tempos da competividade compulsória.
Se alguém quer o que quer e tem plausíveis razões (e merecimentos) para tanto, que molhe suas calças, aqui e já, sem receios e caprichosos comedimentos.
Para os que verdadeiramente querem a hora é essa. Aos outros a morbidez da inércia, do medo e da passividade.
Até a sorte escolhe os que escolhem o enfrentamento e o risco. Molhe, portanto, suas calças, e terá boas chances de pescar trutas e tudo o mais que se esconde nas águas profundas da vivência.
E para não ficar atrás os gregos também dizem, sob o embalo do mesmo ânimo, que “gato de luvas não pega ratos”...
Portanto... pense, aja, arrisque.

Molhe as calças – tire as luvas e conquiste sua parte justa neste vale cheio de lágrimas...

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