Diz
um sábio provérbio português que: “não se pega trutas com calças enxutas”.
O
dito luso é molhadamente verdadeiro.
Quem
quer o que quer tem que fazer algum
sacrifício para tanto.
Salvo
caprichos da sorte, tão raros e rigorosamente casuais, as benesses da vida não
caem cotidianamente como chuva serena e limpa. É preciso trabalho e esforço
para conquistá-las.
Atirar
anzóis a água e simplesmente esperar que neles se prendam, como vítimas
inermes, as vantagens da vida é aposta prá lá de presunçosa.
E
sempre se pagará caro por tal expectativa!
Quem
quer crescer terá que forçosamente empreender alguma iniciativa nesse sentido:
- saltar, romper os próprios limites, sobrelevar-se, enfim alguma coisa terá
que provocar o normal para que o intento construa seu grande momento, fora do
contexto.
De
calças secas jamais se conseguirá fisgar o feixe de nossa pretensão.
Essa
conduta proativa está em tudo o que se quer, de fato, para satisfazer nossa
necessidade de vencer.
Não
basta imaginar – é preciso pegar o touro a unhas e dentes e vencê-lo na arena
das vontades e das possibilidades.
Pegar
trutas de calças enxutas é puro onirismo no mundo das positividades,
existenciais, cada vez mais insinuante e cobrador nestes tempos da competividade
compulsória.
Se
alguém quer o que quer e tem plausíveis razões (e merecimentos) para tanto, que
molhe suas calças, aqui e já, sem receios e caprichosos comedimentos.
Para
os que verdadeiramente querem a hora é essa. Aos outros a morbidez da inércia,
do medo e da passividade.
Até
a sorte escolhe os que escolhem o enfrentamento e o risco. Molhe, portanto,
suas calças, e terá boas chances de pescar trutas e tudo o mais que se esconde
nas águas profundas da vivência.
E
para não ficar atrás os gregos também dizem, sob o embalo do mesmo ânimo, que
“gato de luvas não pega ratos”...
Portanto...
pense, aja, arrisque.
Molhe
as calças – tire as luvas e conquiste sua parte justa neste vale cheio de
lágrimas...
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