quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Teóricos

        Vocês já repararam que os “teóricos” de caderno – aqueles de chapéu, guarda-chuva e galochas – uns verdadeiros chatos assumidos – tem solução para tudo no embrulhado fornel de suas elocubradas teorizações (?)
           Já repararam?
         Pois os dito cujos existem e se manifestam lépida e fagueiramente para flagelo de todos nós.
         Todos sabemos que a teoria na prática é sempre outra. Mas os teóricos obsessivo-compulsivos fazem questão de não saber.
         E nessa alucinação procriam verdadeiros buracos-negros na relação do querer e do poder da intenção e da possibilidade, do desejo e de sua exequibilidade, e assim por diante.
         Quando abordo esse tema sempre me lembro da história do pescador que estendeu redes, iscou anzóis, armou arapucas e mesmo assim nem um mísero peixe pescou para o jantar. A teoria estava rigorosamente correta mas a prática foi desmacha-prazer.
         Faltou combinar com os peixes...
         Me conta um amigo que em uma mesa de pôquer um jogador tinha em mãos dois ases e uma trinca de iguais. Jogo alto para limpar a banca. Mas um dos adversários tinha um revólver carregado e pouca vontade de perder.
         Teoricamente tudo certo para o jogador dos ases mas na prática o resultado foi bem outro.
         Quando a Apolo 11 singrou os ares e teoricamente tinha tudo para conquistar o espaço, aprofundando a ciumeira na famosa guerra fria entre americanos e russos, a prática safadamente, procriou fato adverso e tudo voltou a estaca zero nesse embate técnico-político, de repercussão mundial.
         Tanto é verdade que a prática sempre se impôs a teoria, que o vetusto e genial Newton precisou que uma maçã lhe achatasse a cabeça para conceber a lei da gravidade.
         Ora pois, então, não me venham os teóricos de ofício, com suas elocubrações fantasiosas para fazer valer o que pensam sem as devidas provações na prática.
         Teoricamente ser feliz é simples. Na prática, porém, a história é bem outra, podem crer.
         A teoria diz que juntar moedas faz a riqueza. Na prática, gastar moedas faz o investimento. Quem tem razão?
         Gastar ou economizar?
         A economia é teórica. A gastança é prática.
         Quem tem razão?       
         Economizar é preciso. Gastar é inevitável.
         Um acordo providente entre teoria e prática se impõe: - sejamos teóricos enquanto possível e práticos sempre que necessário.

         E salvem-se os teóricos enquanto a prática não os degole – para sempre. 

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