segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pessoas e sistemas.

Na perspectiva das políticas públicas sempre fui contra o combate sistemático a pessoas mas favorável a destruição de sistemas.
Não se muda essencialmente nada eliminando pessoas.
Há muita chance de mudarmos para melhor, corrigindo ou até mesmo extinguindo sistemas. Salvo honrosas exceções, na vida pública os indivíduos são frutos do meio.
Alguns radicais chegam a dizer que não necessariamente elegemos corruptos mas só pelo fato de se elegerem as pessoas já são corruptas.
O “sistema” é de tal forma e vício que um candidato que pretenda se eleger, tem obrigatoriamente de vender tantas vezes sua alma ao diabo, que ao final e ao cabo tudo parecerá limpo, lícito e legítimo, infelizmente.
Só descobriremos o engano quando tudo estiver consumado – as urnas escrutinadas, os resultados homologados e os candidatos empossados.
Ficha suja – ficha limpa e outros artifícios só existem por honra e glória de nosso obtuso sistema eleitoral. Está eivado de erros, tiques e tamanha libertinagem que é capaz de transformar bons em maus e os maus em piores.
Agora me chega um dado impressionante: - dos 513 deputados federais apenas 36 foram eleitos pelas próprias forças. Todos os demais pegaram carona, no famoso quociente eleitoral – estranha equação da “ajeitação” brasileira, oriunda de uma aritmética espúria que aí está para embarcar a mediocridade nacional.
Pergunto: - onde está a representatividade – esse esteio das democracias decentes? Onde?
Mudemos o sistema. Neste qualquer pessoa, por melhor intenção que nutra, uma hora chafurdará em um mar de interesses de lesa-pátria.
Não se fleche os indivíduos – e sim os sistemas.
Por aí acharemos a porta...

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